quinta-feira, 9 de abril de 2020

A teoria do objetivismo moral

Perante o problema da natureza dos juízos morais (problema de saber qual o critério para decidir se os juízos morais são verdadeiros ou falsos), as teorias do subjetivismo moral (SM) e do relativismo cultural (RC) defendem que esse critério é relativo: às preferências individuais, no caso do SM; e às preferências da maioria das pessoas de uma sociedade ou cultura, no caso do RC. Assim, para estas teorias, a verdade ou falsidade de um juízo moral (por exemplo, «Matar inocentes é repugnante») depende ou é relativo à avaliação de cada sujeito (SM) ou de cada cultura (RC) e, por isso, não há juízos morais objetivos ou universais, isto é, que todas as pessoas e todas as culturas considerem consensualmente que são verdadeiros ou que são falsos (daí que possa haver pessoas e culturas que considerem que «Matar inocentes não é repugnante»).
Ora, esta tese é negada pela teoria do objetivismo moral (OM), que defende que alguns juízos morais (mas não todos) são objetivos, isto é, a sua verdade ou falsidade não depende de preferências individuais nem do que a maioria das pessoas de uma cultura decide ser correto ou errado. O juízo moral «Matar inocentes é repugnante» é, para o OM, objetivamente verdadeiro, tão verdadeiro como o juízo de facto «São as nuvens que produzem a chuva».
E o critério usado pelo OM para avaliar se um juízo moral é objetivamente verdadeiro ou falso é a razão (e não a preferência pessoal ou a perspetiva particular de uma cultura): é moralmente correto tudo o que respeitar os Direitos Humanos; é moralmente errado tudo o que violar os Direitos Humanos. Portanto, para o OM há juízos morais objetivos e o critério para julgar os factos morais tem de ser imparcial e transubjetivo (válido para todos os sujeitos e para todas as culturas), ou seja, tem de se basear em boas razões, em razões informadas e que respeitem a dignidade do ser humano.

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