1. Argumento objetivista da tolerância (ou contra a intolerância)
Este argumento defende que a tolerância é um valor objetivo ou universal (e não apenas relativo a um sujeito ou a uma cultura). Daí que todos devem considerar verdadeiro o juízo moral «A tolerância é um bem» ou «Todos devem ser tolerantes», pelo que não é aceitável que haja pessoas ou sociedades que não sejam tolerantes.
2. Objeção ao argumento objetivista da tolerância (ou contra a intolerância)
O relativismo moral criticaria este argumento do OM dizendo que esta teoria condena a intolerância porque a nossa própria sociedade condena a intolerância, impondo às outras culturas os pontos de vista próprios da nossa cultura particular. Por exemplo, para as sociedades que obrigam as adolescentes a casar ou as crianças a trabalhar, isso não é encarado como um mal, são práticas antigas e comuns. E se condenamos isso é porque estamos a avaliar esses costumes à luz dos costumes e dos juízos morais da nossa própria cultura.
3. Argumento objetivista da imparcialidade
Para o OM, o critério que avalia um juízo moral como objetivo (verdadeiro ou falso transubjetivamente, isto é, para todos) é a razão, que é um critério imparcial. Assim, é por boas razões, informadas e imparciais, que todos devem concordar que «Não devemos discriminar negativamente ninguém».
Susan Wolf |
Contra este argumento pode objetar-se que, como fez Susan Wolf (1982), se formos rigorosamente imparciais do ponto de vista moral (uma espécie de «santos morais»), dificilmente teremos uma vida pessoal plenamente realizada: como teríamos de dar a mesma importância e atenção a todas as pessoas (sejam elas familiares, amigas, conhecidas ou desconhecidas), deixaríamos de poder ter tempo necessário para dedicar aos que nos são próximos, assim se quebrando os laços familiares e de amizade. Ora, agir sistematicamente de modo imparcial não é desejável em alguns casos, sendo que as relações morais perdem sentido se não envolverem alguma parcialidade.
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