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1. Argumento subjetivista da discordância
Este é um argumento simples a favor do SM e parte da premissa de que sobre juízos morais não há consensos, mas apenas discordâncias («Se os juízos morais não fossem subjetivos, não haveria discordância»): o que para uma pessoa é correto ou justo, para outra pode ser incorreto ou injusto. Ou seja, há desacordo entre as pessoas relativamente à avaliação de factos morais (pena de morte, aborto, eutanásia, homossexualidade, racismo, violência, etc.).
2. Objeção ao argumento subjetivista da discordância
Do facto de haver discordância sobre a avaliação de factos morais não se pode concluir que não pode haver verdades objetivas (aceites consensualmente) sobre juízos morais, tal como do facto de haver diferentes opiniões sobre a existência de Deus ou de extraterrestres não se pode concluir que essas opiniões são todas verdadeiras, o que seria contraditório. O facto de poder não haver consenso entre as pessoas resulta muitas vezes de ignorância, teimosia ou incapacidade, podendo haver discordância mas ao mesmo tempo poder haver juízos morais objetivamente verdadeiros: «Há juízos morais que não são subjetivos, mas há discordância» (negação da premissa do argumento subjetivista da discordância). Por exemplo, há consenso sobre a verdade de juízos morais como «a escravatura é um crime», «o trabalho infantil deve ser combatido» ou «a excisão é uma aberração».
3. Argumento subjetivista do fomento da liberdade
Em defesa do SM pode argumentar-se que, se a verdade dos juízos morais não dependerem das preferências ou sentimentos pessoais, então são imposições exteriores que limitam a nossa liberdade de opinião e de ação.
4. Objeção ao argumento subjetivista do fomento da liberdade
O SM preocupa-se com o fomento da liberdade sem ter em conta que à liberdade está associada a responsabilidade, nada dizendo sobre como usar a liberdade de forma responsável. Por exemplo, e porque para o SM a minha opinião não é melhor nem pior do que a dos outros, se uma pessoa defender que o juízo moral «matar inocentes é aceitável» é verdadeiro, então todas as opiniões, mesmo as mais absurdas e monstruosas, não são piores do que quaisquer outras.
Portanto, a verdade dos juízos morais pode não depender das preferências ou sentimentos pessoais, mas não serem imposições exteriores que limitam a nossa liberdade de opinião e de ação (negação da premissa do argumento subjetivista do fomento da liberdade).
5. Argumento subjetivista da tolerância
O SM argumenta que se o valor de verdade dos juízos morais depender das preferências e sentimentos de cada pessoa (e não há sentimentos melhores nem piores), então tornamo-nos mais tolerantes, respeitaremos melhor as opiniões e ações dos outros e ninguém pode dar lições de moral a ninguém ou impor as suas opiniões.
6. Objeção ao argumento subjetivista da tolerância
Há neste argumento do SM uma contradição: por um lado, defende que não há juízos morais objetivamente verdadeiros (válidos para todos) e, por outro, defende que «ser tolerante é bom», devendo a tolerância ser respeitada por todos e não depender da opinião individual. Portanto, o SM acaba por refutar-se a si próprio (é autorrefutante).
E se formos tolerantes e subjetivistas, há um perigo claro: devemos tolerar todos os juízos morais, mesmo o de alguém que pense que «matar quem não concorda comigo é correto». Será isso aceitável?
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